"Estamos profundamente tristes por anunciar que Steve Jobs faleceu hoje", indica um curto comunicado do conselho de administração da Apple.
Morreu nesta quarta-feira (5.10.11) aos 56 anos o empresário Steven Paul Jobs, criador da Apple, maior empresa de capital aberto do mundo, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPad, o iPhone e o iPad.
Desde que voltou à Apple, em 1997, depois de ter sido expulso por John Sculley em 1985, Steve Jobs conseguiu o que muitos achavam impossível: ressuscitar a empresa que ajudara a criar em 1976, tornando-se imprescindível para o seu sucesso. Em sua segunda gestão, a empresa saiu da provável falência para se tornar a segunda mais valiosa do mercado, abaixo apenas da Exxon. As ações da Apple cresceram mais de 2.000% nos últimos anos, superando gigantes como Microsoft e Google. No segundo trimestre de 2011, a margem de lucro foi de 41,4%, com uma receita de quase 25 bilhões de dólares. Em 2010, a Apple foi a única empresa a crescer no mercado de tecnologia.
Porém, desde 2004, a saúde de Jobs se tornou um assunto tão importante quanto os produtos que ele ajudava a criar. Um cancer pancreático raro foi o início de uma série de especulações sobre quem seria o sucessor do grande líder e sobre como a empresa reagiria sem a sua presença. Em 2009, uma nova licença médica, desta vez para fazer um transplante de fígado, agravou ainda mais a situação. A aparência física de Jobs, que foi ficando cada vez mais magro, começou a assustar a todos, inclusive os acionistas da Apple, que passaram a exigir um plano de sucessão, principalmente depois de uma terceira licença, no início de 2011. Em uma reunião com executivos, a proposta sobre apresentar os nomes dos candidatos a CEO foi votada e rechaçada.
Apesar de se manter quieta sobre o assunto, a Apple não estava parada esperando as coisas acontecerem. Além de ter uma série de executivos candidatos ao posto, a empresa criou, em 2008, a Apple University, com o objetivo de ensinar os empregados da empresa a "pensar como Steve Jobs" e a tomar decisões como ele. A idéia é impregnar nos executivos o "jeito Steve Jobs de ser". O gerente dessa universidade é um ex-professor de Yale, Joel Podolny. Tim Cook, chefe de operações, e Ron Johnson, responsável pelas Apple Store, são professores. De acordo com relatos da revista Forbes, Jobs teria imaginado a universidade como maneira de passar seus ensinamentos às próximas gerações de executivos de Apple.
Em 2004, Jobs fez tratamento após descobrir um tipo raro da doença. Durante o ano de 2008, Jobs foi aparecendo cada vez mais magro e os boatos aumentaram, até que ele anunciou em janeiro de 2009 seu afastamento da diretoria da empresa para cuidar da saúde. No início de 2011, novo afastamento, até que, em agosto, Jobs deixou de vez o comando da Apple. "Eu sempre afirmei que se chegasse o dia em que eu não fosse mais capaz de cumprir minhas obrigações e expectativas como CEO da Apple, eu seria o primeiro a informá-los disso. Infelizmente, este dia chegou", afirmou, em comunicado.
SIGILO
A mesma discrição que Jobs impunha na vida profissional - os lançamentos da Apple sempre foram tratados como segredo, aumentando a gerar um movimento de especulação que acabava servindo como publicidade gratuita foi adotada em sua vida pessoal. Por isso, a luta do executivo contra o câncer no pâncreas foi tratada com muito sigilo, dando margem a uma infinidade de boatos.
Casado com Laurene Powell desde 1991, Jobs deixa quatro filhos: Reed Paul, Erin Sienna, e Eve, nascidos de seu relacionamento com Laurene, e Lisa Brennan-Jobs, de um relacionamento anterior com a pintora Chrisann Brennan.
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