As autoridades portuguesas suspeitam que elementos de «forças de autoridade angolanas» terão colocado droga na bagagem do músico luso-angolano Luaty Beirão, detido no aeroporto de Lisboa na semana passada, disse à agência Lusa fonte policial.
O rapper angolano Luaty Beirão, ativista antigoverno e organizador de manifestações em Angola, foi detido na noite de 11 de junho no aeroporto de Lisboa, depois de ter sido encontrado na sua bagagem um pacote contendo cocaína.
Fonte policial disse à agência Lusa que existem «fortes suspeitas» de envolvimento de «elementos de forças de autoridade angolanas», que terão colocado cocaína num saco preso à bicicleta do rapper mais conhecido como Ikonoklasta, ainda em território angolano.
De acordo com a edição desta terça-feira do jornal «Correio da Manhã», «dois polícias angolanos» foram vistos a colocar «1,7 quilos de cocaína na bagagem» do músico.
Depois de ser ouvido no tribunal, na terça-feira, dia 12, o músico ficou a aguardar o desenrolar do processo em liberdade, com termo de identidade e residência.
Luaty Beirão foi interrogado «durante meia-hora» por um juiz de instrução criminal no Campus de Justiça de Lisboa, tendo o magistrado judicial ordenado a sua saída em liberdade, disse à agência Lusa, na ocasião, o advogado do músico, Luís de Noronha.
«Ele está apenas obrigado a informar a autoridade judicial de qualquer mudança de residência ou ausência do país por um período superior a cinco dias», acrescentou o causídico, que referiu que «este caso levanta sérias reservas às autoridades policiais portuguesas e há fortes indícios da não prática do crime».
Quer o advogado quer o rapper Pedro Coquenão, que vive em Portugal e integra a mesma banda de Luaty Beirão, disseram à Lusa que a apreensão da cocaína, «cerca de um quilo», partiu de uma denúncia, cuja origem desconhecem.
Luaty Beirão - que tem dupla nacionalidade, angolana e portuguesa - viajou de Luanda para Lisboa, para iniciar a digressão do projeto musical Batida, radicado em Portugal.
Fonte: tvi24.iol.pt